Morrer de tristeza vai muito além de uma expressão popular para demonstrar um sentimento de desgosto com a própria vida.
Se você tiver sofrido a perda de um ente querido, por exemplo, a sensação de tristeza profunda, natural quando ocorre uma morte na família, em associação com outros males, pode favorecer o surgimento de doenças graves como o infarto ou insuficiência cardíaca.
Em outras palavras, os efeitos do luto podem provocar, além de danos psicológicos, muitas doenças físicas.
Nesse artigo, vamos confirmar se é possível morrer de tristeza e o que fazer para enfrentar um luto complicado. Continue a leitura.
Por que podemos morrer de tristeza
Você já observou que alguns idosos morrem em um curto espaço de tempo logo após o falecimento de seus cônjuges?
Quando a tristeza pela morte de uma pessoa próxima é extrema, significa que o enlutado está passando pelo chamado luto complicado.
Nele, a pessoa perde totalmente o ânimo para realizar tarefas simples como se alimentar, fatalmente prejudicando o sistema imunológico. Por fim, a pessoa é consumida pela dor.
Pesquisadores da Universidade Rice, em Houston, Texas, estudaram os efeitos do luto na saúde. Foram realizadas entrevistas e exames de sangue em 99 pessoas de ambos os sexos cujos cônjuges haviam morrido recentemente.
Para chegar à conclusão do impacto do luto na saúde do coração, os pesquisadores compararam o sangue de pessoas que passavam pelo luto com os de pessoas que apresentam sintomas de depressão.
No comparativo, os viúvos e viúvas que participaram do estudo apresentaram 17% mais inflamação sanguínea.
O coração sente a nossa tristeza
O coração sente, mais do que qualquer outro órgão humano, as emoções. Portanto, aquelas sensações consideradas negativas como, por exemplo, o estresse, a tristeza, a angústia, acentuadas durante o luto podem afetar em cheio o coração.
Em último caso, todo o acúmulo de sentimentos dolorosos pode levar a uma síndrome rara chamada Síndrome do Coração Partido – ou cardiomiopatia de Takotsubo.
Entre os efeitos dos desequilíbrios emocionais e físicos do corpo que podem resultar em uma disfunção no funcionamento do músculo cardíaco, estão sintomas próximos ao do infarto, como dor no peito, falta de ar e cansaço.
Como superar a tristeza do luto
A perda da pessoa amada é considerada uma das experiências mais difíceis de serem superadas, tanto por indivíduos quanto pelas famílias.
A dor gerada pelo rompimento do vínculo afetivo produz inevitavelmente a necessidade de reorganização em uma nova realidade a ser experimentada sem a pessoa que morreu.
Nesse sentido, alguns comportamentos podem contribuir para lidar com o luto:
1. Observe suas emoções
Logo em seguida à morte de uma pessoa amada é natural que sentimentos como medo, tristeza, culpa, raiva e insegurança sejam potencializados. À medida que os dias passam, o desejo de ficar só e a sensação de falta de energia ou de motivação, por exemplo, podem tomar conta do indivíduo enlutado.
Por isso é extremamente importante que, durante o período de luto, suas emoções sejam observadas e devidamente correspondidas.
Procure acolher seus sentimentos, sem evitá-los ou suprimi-los.
Nesse sentido, evite exigir de outros familiares e amigos que as mesmas emoções sejam expressas de igual maneira, pois cada um de nós demonstra seus sentimentos de forma diferente.
Não se esqueça de que o luto necessita de um período para ser vivido, mas que, com o passar do tempo, a dor da perda poderá se transformar em saudade.
2. Crie uma nova rotina
Uma das maneiras para superar o luto é estabelecer uma nova rotina para o seu dia-a-dia.
Manter suas principais atividades mais organizadas entre a hora de trabalhar e estudar, além de pausas para o descanso e o relaxamento, pode contribuir para que você se restabeleça.
Uma boa iniciativa é diversificar as atividades. Dessa maneira você poderá encontrar outros interesses e desenvolver outras habilidades que tragam satisfação e prazer novamente para sua vida.
3. Intensifique o autocuidado
Não basta pedir ajuda aos outros. Durante o processo de luto, é muito importante intensificar o autocuidado, ou seja, buscar ajudar a si mesmo.
Procure o seu bem-estar realizando novas atividades que normalmente não fazem parte da sua rotina como ler um livro, fazer caminhada, frequentar um curso livre de pintura, entre outras.
Acima de tudo, se você está passando por um processo de luto complicado procure ajuda. Não permita que o sofrimento intenso e prolongado impeça você de manter suas atividades.
Procure auxílio psicológico imediatamente, caso perceba que a perda de seu ente amado está agravando problemas na sua saúde e em sua vida pessoal.
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