Como lidar com o luto pela morte de um paciente

Ninguém está verdadeiramente preparado para enfrentar a morte, nem mesmo os profissionais da saúde. Nas faculdades de medicina e enfermagem, o ciclo de vida humana faz parte da grade curricular. No entanto, não é ensinado como lidar com o luto pela perda de um paciente.

A luta pela vida é a premissa básica da atuação de médicos e enfermeiros. Mas não podemos negar que aprender como lidar com o luto é fundamental para tornar a atuação médica mais humana. Afinal, ressignificando a morte, também é possível ressignificar a vida.

Neste artigo, falaremos sobre este tema tão delicado e que é tão pouco debatido: o sofrimento dos profissionais de saúde com a morte de pacientes. Saber como lidar com o luto é essencial para aqueles que têm contato mais frequente com a morte, seja em hospitais ou centros cirúrgicos.

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A visão da medicina sobre a morte de um paciente

Conforme dissemos anteriormente, todas as decisões de um médico ou enfermeiro são tomadas com o propósito de oferecer saúde aos pacientes. Nesse sentido, lidar com a morte é como admitir uma derrota definitiva.

Em muitos casos, buscando aliviar o sofrimento intenso pela perda do paciente, o profissional evita criar vínculos afetivos e emocionais. Na verdade, este afastamento pode ser negativo tanto para o médico quanto para o doente, que se vê desamparado por aquele que deveria ajudá-lo.

Também é preciso reforçar que a morte não é algo banal ou comum para os médicos, nem mesmo para aqueles que atuam como cirurgiões, socorristas, cardiologistas ou intensivistas. Não há como se tornar imune ao sofrimento causado pelas perdas, mesmo com anos de carreira, não há uma única fórmula sobre como lidar com o luto.

Em situações em que o médico deve comunicar à família sobre o falecimento de um ente querido, é preciso que ele dê a notícia com delicadeza e empatia. Ainda que se questione sobre sua atuação, se deveria ter tentado outras abordagens terapêuticas, não cabe ao profissional falar com os familiares enlutados sobre isso.

O papel dos médicos e enfermeiros é ajudar os familiares a vivenciar as fases iniciais do luto de forma mais digna.

Existe formação para ensinar como lidar com o luto?

Não existem disciplinas nos cursos de formação superior em saúde que ensinam aos profissionais como enfrentar o luto pela morte de um paciente. Em outras palavras, cabe aos próprios médicos e enfermeiros encontrar maneiras de se fortalecer para saber como agir em situações como essas.

A seguir, preparamos algumas alternativas que podem ajudar nesse sentido:

  • Buscar referências complementares, como pós-graduações ou cursos de prática clínica que abordam temas como ética e terminalidade.
  • Realizar acompanhamento psicológico constante, especialmente depois de ocorrências do tipo. O equilíbrio emocional do médico é essencial para que ele tome decisões assertivas sobre seus próximos pacientes.
  • Conversar com profissionais mais experientes ou mesmo criar um grupo para tratar sobre o tema. Esta é uma prática bastante comum entre especialistas que atuam em áreas como geriatria, oncologia ou emergência.
  • Não suprimir seus sentimentos ou buscar impessoalidade ao se relacionar com os pacientes, porque isso pode passar a impressão de indiferença. Demonstrar empatia e oferecer suporte é a melhor maneira de lidar com pacientes terminais.

Não existe um manual que nos ensine sobre como lidar com o luto. Este é um aprendizado diário, especialmente para aqueles que estão em contato frequente com a morte em sua profissão. Mas existem algumas práticas que podem ajudar a tornar esta situação menos dolorosa.

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Como explicar a morte para uma criança?

A morte é um assunto delicado e desconfortável. Apesar de ser uma das únicas certezas da vida, muita gente evita falar sobre ela. É claro que perder alguém querido é doloroso, mas precisamos aprender a lidar melhor com o tema, para sabermos como explicar a morte para os pequenos.

Mesmo para os adultos, vivenciar o luto é desafiador. Porém, quanto menos tabus colocarmos sobre o assunto e mais claramente falarmos sobre ele, menos problemático isso será. Não existe um manual de como explicar a morte para uma criança, mas é importante tomar alguns cuidados neste momento.

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Quando e como explicar a morte para os pequenos?

Descobrir como explicar a morte para as crianças é fundamental para que elas cresçam conscientes sobre os ciclos da vida. Porém, não devemos deixar para tocar no assunto apenas quando alguém próximo falecer.

O ideal é que desde cedo os pequenos entendam a finitude e se fortaleçam para lidar com as perdas que enfrentarão ao longo da vida. É claro que devemos usar recursos para isso: as historinhas são uma excelente forma de introduzir o tema.

Quando algum personagem morre, procure não “maquiar” ou amenizar o fato e aproveite para falar sobre a morte com os pequenos. Assim, você pode aproveitar o momento para responder alguma dúvida ou questionamento que aparecer.

Um assunto delicado, mas necessário

O ideal é falar sobre a morte com as crianças de forma delicada e clara, de acordo com o seu entendimento. Cada faixa etária tem uma compreensão particular sobre a morte e, consequentemente, uma forma de viver o luto.

  • Até os três anos de idade, a morte é percebida apenas como ausência.
  • Dos três aos cinco anos, os pequenos já passam a assimilar melhor a morte, mas ainda acreditam que a pessoa irá voltar, que só estava dormindo ou viajando.
  • A partir dos seis anos de idade, fica mais claro que a morte é inevitável e irreversível. Porém, só depois dos nove anos as crianças desenvolvem total consciência sobre a finitude da vida.

Entender como as crianças lidam com o assunto ajuda a encontrar uma resposta para a difícil pergunta: “como explicar a morte para um filho?”.

Cada família deve encontrar a sua própria forma de lidar com o luto, mas psicólogos afirmam que o uso de metáforas pode ser negativo. Apenas dizer que a pessoa “virou estrelinha” ou “foi para o céu”, sem de fato explicar que a pessoa faleceu pode causar problemas.

Por outro lado, também não é indicado simplesmente fingir que nada aconteceu, evitando o assunto ou colocar um peso muito negativo sobre ele. É preciso ser sincero, para que as crianças aprendam a lidar com as perdas e não desenvolvam um medo excessivo da morte.

Explicar a morte é também explicar a vida

Quando evitamos falar sobre a morte, a criança pode não assimilar a perda – o que causa consequências negativas em seu comportamento. Portanto, o importante é que toda a família vivencie o luto, em conjunto. Além de ajudar a dividir a dor, isso ajuda a cicatrizá-la mais rapidamente.
Se você está vivendo um processo de luto, não esconda sua tristeza dos pequenos. Assim, você deixa com que as crianças também participem da nova dinâmica e ainda ensina a importância de expressarmos nossos sentimentos.

Quando explicamos para as crianças que as perdas fazem parte da vida, ensinamos sobre ciclos, sobre mudanças e sobre nos fortalecermos durante as dificuldades.

Neste artigo, falamos sobre como explicar a morte para uma criança e sobre como essa situação delicada é importante. A finitude da vida é uma das únicas certezas que temos, por isso devemos nos preparar para lidar com os momentos de perda.

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